Estava praticamente a chegar a casa quando me cruzei com ele. Vinha carregado com sacos. Reparei de imediato nela, empoleirada no seu ombro. Não resisti e sorri abertamente. Ele correspondeu e parou, enquanto ela me fixava com aqueles olhos verdes penetrantes. Apresentou-ma com indisfarçável orgulho: "É a Rita!". Durante breves minutos deixamos de ser desconhecidos que circulam pela rua numa hora fria e tardia. Deixei de ser tímida e permiti que também ela ocupasse o meu ombro vazio. Acariciei-a... tão meiga, suave e intrometida. Trocámos breves palavras, de como ela era curiosa, de como era arisca com estranhos, de como era bonita e esperta... Depois despedimo-nos. Eu regressei a casa e ele continuou a caminhar pela rua deserta com a sua Rita no ombro. Por vezes, a vida apenas nos reserva o carinho e companhia de uma gata chamada Rita.
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